Alimentação da Criança com Dificuldade de Deglutição
Por Fernanda H. Hille – Nutricionista – CRN2650
A introdução de alimentos na dieta da criança após os seis meses de idade deve complementar as numerosas qualidades e funções do leite materno, que deve ser mantido preferencialmente até os dois anos de vida ou mais.
Além de suprir as necessidades nutricionais, a partir dos seis meses a introdução da alimentação complementar aproxima progressivamente a criança aos hábitos alimentares de quem cuida dela e exige todo um esforço adaptativo a uma nova fase do ciclo de vida, na qual lhe são apresentados novos sabores, cores, aromas, texturas e saberes (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).
É neste período que pode surgir dificuldade da criança engolir os alimentos. Pode ter diferentes causas, uma delas é a disfagia, que pode ser definida como dificuldade de deglutição. Caracteriza-se por um sintoma comum de diversas doenças.
Para crianças com dificuldade de deglutição, recomenda-se prioridade para alimentos pastosos como purês, mingaus, cremes e preparações liquidificadas. Os líquidos devem ser engrossados com espessantes, para não apresentar risco de engasgos. No momento da refeição, a criança deve estar em posição confortável e ereta, sempre mastigando bem os alimentos. As refeições pequenas e frequentes também podem estimular e aumentar a ingestão calórica e proteica.
É importante lembrar que, além da adequação da consistência, a dieta deve ser balanceada nutricionalmente para que atenda todas as necessidades da criança. A alimentação da criança deve assegurar quantidades adequadas de água, energia, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais. A evolução da alimentação da criança com dificuldade de deglutição deve ser acompanhada por um especialista.
Para crianças com baixo peso orienta-se:
- Aumentar o consumo de cereais e massas como: macarrão cozido, derivados do milho, arroz.
- Enriquecer as preparações com produtos como: farinha de aveia, farinha de castanha, leite em pó, gérmen de trigo, farinha de linhaça.
- Oferecer diariamente leguminosas como: ervilha, feijão, grão de bico, lentilha, incluindo em preparações como cremes e sopas.
- Aumentar o consumo de alimentos de origem animal como: queijos, leite, carnes, peixes, mas tendo cuidado com o excesso de gordura ingerida.
- Incluir azeite de oliva nas preparações.
- Fracionar as refeições de 5 a 6 vezes ao dia: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia.
Alimentos calóricos:
– Laticínios: leite integral, leite em pó, queijos, iogurte, sorvete, sopas cremosas com leite, manteiga, requeijão;
– Proteínas: ovos, carnes, leguminosas (feijão, lentilha, vagem), castanhas;
– Carboidratos: pães, massas, batata, cereais;
– Frutas: abacate, manga, uva, caqui, açaí.
Referencias bibliográficas
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009.
Fernanda H. Hille. Nutricionista – CRN2650
Especialista em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia – PUCPR
contato: fernandahille@gmail.com