Uma Viagem Acessível – Parte 1 (o planejamento)

Só de pensar em viajar com a Gabi meu coração ficava apertadinho e cheio de dúvidas, tinha medo de errar em algum detalhe importante, sei lá, coisas de mãe de primeira viagem…esquecer algum remédio, o ‘bendito’ termômetro – que geralmente só precisamos quando esquecemos, as mamadeiras e chupetas, esquecer a lata de leite ou errar na quantidade de fraldas…

Enfim, a Gabi foi crescendo e alguns desses medos acabei superando (aqueles mais fáceis, claro!!!) e outros desafios só tive noção com o passar do tempo, como por exemplo, como seria viajar de avião com uma criança cadeirante?

Preciso abrir um parêntese aqui para esclarecer um ponto importante. Quando estávamos em processo de investigação e busca pelo diagnóstico da Gabi, viajávamos de avião com certa frequência para São Paulo e Ribeirão Preto, entretanto, naquela época a Gabi era um bebê de colo e por isso eu não me preocupava, ou melhor, não tinha noção com era a questão dos acessos e transportes para cadeirantes.

…continuando…

Muitos de vocês poderiam me falar: “– Fica quieta em casa Cris, é mais fácil, mais cômodo, a Gabi tá bem, você vai arrumar sarna pra se coçar…”

Admito que quando me deparei com a possibilidade de fazer uma viagem de lazer totalmente diferente dos padrões procedimentais ‘normais’ que até então eu conhecia, percebi que a minha cabeça insistia em criar vários monstros, por diversas vezes me peguei confabulando desculpas para desistir da ‘aventura’ e ficar em casa tranquila…mas até quando eu poderia adiar tudo isso? Afinal, mais cedo ou mais tarde teríamos que passar por isso, teríamos que fazer uma viagem e levar a cadeira de rodas da Gabi, certamente seria uma experiência inevitável, apenas uma questão de tempo….

Gente, o cenário era perfeito e a viagem nem era tão distante assim, trajeto de Joinville a São Paulo para encontrar o papai que estava fazendo um curso e aproveitar para matar a saudade dos dindos Letícia e Weaker… então quer saber? BORA VIAJAR!!!